quinta-feira, 31 de julho de 2014

Negros e Índios

Em qualquer canal de comunicação o que realmente importa no primeiro momento são as facilidades de acesso. Encontrei tanto no site da Fundação Cultural Palmares como no Indios online uma objetividade nos links apresentados. Apesar da diferença de qualidade de layout ambos sites possuem praticamente a mesma estrutura, indicando suas culturas, raízes e pensamentos. Por outro lado o Site da Fundação Palmares por ser uma instituição com mais recursos obviamente possui uma “profissionalização” mais evidente. Denominar uma ou outra com profissional não compromete o propósito que elas claramente demonstram. O resgate histórico e cultural, a promoção e preservação das raízes são disponibilizadas através dos links, vídeos, artigos e notícias.
Historicamente não nos disponibilizam em sala de aula material suficiente para conhecer tanto os Afrodescencenses quanto os povos indígenas, principalmente antes de entrar para Universidade. Os canais acima apresentados são ferramentas importantes para uma percepção mais verdadeira da realidade que índios e negros passaram e tem passado em séculos de exclusão. Pela Fundação Cultural Palmares ter sido criada pelo Governo o investimento em pesquisas, materiais de pesquisa, imagens e entrevistas são mais ricos e elaborados. Há um valor agregado e uma equipe maior em sintonia com a causa do combate ao racismo. Já para os índios pela forma voluntária como o próprio site é feito e suas comunicações faz com que haja uma demora da propagação de sua existência e importância.
Zulu Araújo mostra de forma clara e didática que a divisão por Raças foi criada pela sociedade e pela política para justamente separar as pessoas. No programa Roda Viva, Zulu evidencia os avanços que a luta contra o racismo tem conseguido. Atualmente o Brasil já tem mais de 300 mil Afrodescendentes em Universidades e que apenas no século 21 conseguiu mais vagas do que nos outros 4 séculos juntos. É apresentado também a resistência para a inclusão do negro e que a sociedade ainda é um pouco superficial para discutir e implementar medidas para transformar esta história, reverter o quadro para algo positivo. Esta dificuldade é graças a uma minoria com muito poder que manipula a forma como as coisas devem acontecer.
Me chamou atenção na entrevista que diversas pessoas preferem ser chamadas de mestiças do que aceitar sua real origem. Como dito anteriormente a palavra raça é algo “inventado” pois sabemos que só existe uma que é o Ser Humano. Este fato é o ponto crucial para uma quebra de paradigmas em relação ao preconceito. Não há raças não há um padrão superior como os Euro descendentes. Zulu em suas palavras mostra ainda a carga do passado, da subjugação, da humilhação, preconceito, divisão, todas palavras parecidas mas que sempre couberam nas frases dos racistas.
As cotas na universidade tem sido um instrumento positivo segundo Zulu Araújo para o ensinamento da sociedade para aceitar os negros como iguais. Diferente do que muitas pessoas achavam os estudantes cotistas tem menor evasão, notas iguais ou superiores aos não cotistas.
Hoje não sei o quanto branco ou negro ou Bugre sou, mas entendo que a sociedade em um todo não pode ser condenada por ser racista ou trazer traços racistas. Foram 400 anos de escravidão, escolas em sua maior parte não ensinaram o que realmente eram e de onde vieram os negros. Sabiamos dos escravos africanos, mas quem eram eles? Onde moravam? Foram tirados como de suas casas no continente africano?
Seguindo a ideia central do parágrafo acima, colocamos os índios atualmente em uma esfera inferior. Se os negros hoje representam 51% da população e mais de 300mil estão em universidades, os índios se resumem a uma população de um pouco mais de 350mil, sendo que divididos em todo território brasileiro. Desta forma fica muito mais dificil lutar pelos seus direitos de donos da terra. Os índios são as verdadeiras minorias, não possuem um apoio total do governo. Recebem saúde, lugar para morar, estudo. Hoje tratamos os índios como um mendigo que pede o pão velho. Entregamos para ele pouco por mais que mereça mais.
A Fundação Cultural Palmares foi criada pelo governo e com ela muitos avanços na luta contra o racismo tem aparecido. Os índios hoje contam com o apoio da FUNAI, mas é fácil dizer que apoiar as vezes não é pegar junto. Voltando ao que comentei no primeiro parágrafo, falta uma “profissionalização” para os índios. No próprio site Indios online na parte “Quem Somos” eles pedem ajuda para voluntários em comunicação, apoio técnico e financeiro. Este pedido de ajuda demonstram a fragilidade que hoje estes povos vivem e talvez assim assinando sua exclusão social definitiva.

 Como novos comunicadores temos o desafio social de apoiar ainda mais os Negros em suas lutas diárias ajudando no aceleração do processo de igualdades. Ao índios precisamos primeiro tentar entende-los como nunca fizemos em nossa vida escolar, para depois sim criar estratégias de mudar, reformular todo o pensamento da sociedade. Não temos só que construir marcas ou jornais, e sim uma sociedade mais justa para todos. 

Jefferson Karnal

Crítica

Todos temos o direito e muitas vezes o dever de fazer criticas. Em diversas situações do nosso cotidianos precisamos utilizar principalmente o senso critico para tomar atitudes. Por outro lado não podemos confundir criticas com opiniões.
Se não gostamos de algo, podemos falar, sobretudo explicar o porque. Opinar sempre foi uma ferramenta democrática que não pode ser deixada de lado. Seguindo esta linha, a crítica também faz parte de uma sociedade plural. Talvez não precisamos ser especialistas para criticar, mas é evidente que quem é criticado absorvera de forma mais didática quando ela vem de pessoas ligadas a sua área. Há um clichê que diz “ de médico e louco, todo mundo tem um pouco”. Para criticar um médico podemos como leigos falar de seu comportamento, personalidade, amparado no convívio com outros profissionais da área. Mas para criticar um procedimento, somente sendo médico e ainda mais da mesma especialidade.
A mídia como em qualquer setor recebe diversas criticas, analisando melhor recebe mais opiniões negativas do que propriamente críticas. Como em qualquer segmento há concorrência. Na comunicação o capital envolvido é o pensamento, são as palavras. A concorrência ataca este capital, desmerecendo palavras, conceitos. Há uma briga de “egos” para saber quem é melhor que o outro.
Falar em “criticar” a critica é atravessar em um processo natural do ser humano. Sempre haverá criticas a tudo, e a todos. Mas precisamos estar cada vez mais cientes que quanto maior a critica maior deve ser nosso conhecimento sobre o assunto, para que nossas palavras não caiam como simples opinião negativa sobre um assunto. As redes sociais promovem uma multiplicação rápida das informações e das criticas, muitos “curtem” poucos entendem. Toda a critica precisa ser fundamentada para como já comentado anteriormente não cair na simples opinião.




REFERÊNCIAS
SILVA, Gislene & LIMA, Rosana. Para pensar a crítica de mídias, 2013.
BRAGA, José Luis. A sociedade enfrenta sua mídia , 2016.
CHRISTOFOLETTI, Rogério. Como fica a crítica de mídia com as novas mídias , 2016.